Conheça os projetos (e viagens) para 2014
A Alemanha teve 12 sedes na última Copa – a Fifa recomenda dez. Segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva, o Brasil terá 18. Para o político, nove capitais já estariam garantidas: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. Faltariam, portanto, nove cidades.
"O que ninguém duvida é que, na hora H, dinheiro do governo não vai faltar", diz o economista Ricardo Araujo, especializado em Planejamento e Gestão de Arenas. Ou seja: dinheiro público não será problema, como se viu no Pan do Rio.
As sedes escolhidas deverão estar com estádios prontos até 2013 (em tese...). Não existe uma capacidade mínima estabelecida pela Fifa, embora o número de 45000 lugares seja o usual. Parece um prazo razoável. Mas a verdade é que estamos bem atrasados. Confira alguns projetos em andamento. E outros que não vão andar...
INTER (PORTO ALEGRE)
Beira-Rio por dentro: o anel inferior seria estendido, mas a capacidade diminui
Sonho
Cobrir o Beira-Rio com uma estrutura de aço, poliuretano e lona, além de construir um complexo com hotel de luxo, edifício-garagem, CT, centro clínico, shopping center, academias, lojas e ginásio multiuso. O custo é estimado em 60 milhões de reais pelo clube e seria feita com recursos próprios. O Inter não quer parceria com um investidor, pois pretende imediatamente faturar com o novo complexo. O estádio ficaria menor, passando dos atuais 56000 lugares para 50000. O clube pretende integrá-lo ao rio Guaíba, com restaurantes e marinas na margem.
Realidade
A venda do antigo estádio dos Eucaliptos, prevista para junho, seria o pontapé inicial para a execução do projeto. Os cerca de 30 milhões de reais da venda do imóvel seriam aplicados na cobertura do Beira-Rio. As demais obras seriam realizadas com parcerias privadas. O governo federal promete investir 10 milhões de reais para facilitar o acesso ao estádio. Esse seria o único dinheiro público.
GRÊMIO (PORTO ALEGRE)
Construir um estádio coberto, para 50000 torcedores, três andares de arquibancada, além de CT, estacionamento para 10000 automóveis, museu, shoppings, centro de convenções e hotéis. A obra seria financiada e executada pelo consórcio português TBZ/OAS, que administra os estádios do Porto e Real Madrid. As obras teriam início em janeiro de 2009, sendo concluídas em janeiro de 2012. A nova localização da futura casa gremista seria próxima à principal saída de Porto Alegre para o Litoral Norte e interior.
Realidade
A parceria com os portugueses já foi assinada. Até o fim do ano, o Grêmio precisa adquirir (por 40 milhões de reais) uma área de 34 hectares, onde seria erguida
ATLÉTICO-MG (BELO HORIZONTE)
Sonho
A sete chaves, a diretoria trabalha num projeto para a construção de uma arena multiuso (com um shopping anexado) num terreno de 1 milhão de metros quadrados. Para fugir dos impostos municipais mais salgados (deduzidos nas rendas do Mineirão), o estádio seria construído na cidade de Vespasiano.
Realidade
Atendendo ao pedido pessoal do vice-governador de Minas e conselheiro, Antonio Augusto Anastásia, o presidente atleticano adiou o início das negociações para a construção do estádio. Segundo o acordo firmado, os portugueses obteriam financiamento no valor de 270 milhões de reais, além de se responsabilizarem pela construção do novo complexo. Assim que o complexo estiver em funcionamento, a TBZ/OAS terá direito a 35% dos lucros gerados nos primeiros 20 anos. Depois desse período, toda a arrecadação será do clube.
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ATLÉTICO-PR (CURITIBA)
Sonho
Ampliar de 32000 para 45000 lugares a capacidade da Arena, que teria ainda um shopping center, praça de alimentação, casa de espetáculo e estacionamento para 2000 veículos. O custo estimado é de 100 milhões de reais. O clube contaria com apoio dos governos estadual e municipal para mexer no entorno do estádio. E assegura ter investidor internacional para finalizar e modernizar sua arena.
Realidade
Se a Copa não desembarcar na capital paranaense, fará a simples conclusão do estádio, estimada em 50 milhões de reais, com recursos próprios.
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BELÉM
As autoridades envolvidas com a campanha de Belém vêem o Mangueirão como o grande trunfo da cidade. Falidos, Paysandu e Remo nem sonham em erguer estádios próprios.
Sonho
O governo, dono do Mangueirão, espera atrair investimentos privados para reformas orçadas em 32,3 milhões de dólares. A instalação de poltronas reduziria a capacidade do estádio de 45000 para pouco mais de 43000 lugares.
Realidade
Não há nenhum indicativo concreto de propostas de parcerias. O ponto negativo é que o estádio está localizado no Bengui, um dos bairros mais violentos da capital paraense. A escolha de Belém como uma das sedes da Copa implicaria a realização de grandes obras de infra-estrutura na região. Como Belém será sede do Fórum Social Mundial de 2009, algumas (poucas) dessas ações já começaram. Belém já tem 11 novos hotéis em construção.
RECIFE
A Vila Capanema foi reformada em 2006 e o desenho vai ficar no sonho...
Sonho
A idéia (que parte do poder público) é construir uma arena multiuso entre os municípios de Recife e Olinda, com capacidade para 42000 lugares, em parceria com a Amsterdan Arena Advisory e a PTZ Arquitetura. O governo estadual e as prefeituras das duas cidades entrariam apenas com a infra-estrutura. O custo da obra está orçado em 250 milhões de reais. Um dos três grandes clubes do estado fecharia o ciclo da parceria com o arrendamento do estádio.
Realidade
O terreno escolhido fica num bairro da periferia de Olinda bastante povoado e cuja desapropriação das casas e remoção das famílias custariam cerca de 100 milhões de reais a mais aos cofres do estado. Outro entrave é que Náutico, Sport e Santa Cruz não demonstraram interesse em participar desta parceria.
SÃO PAULO
Muita gente dá como certa a utilização do maior estádio de São Paulo para a Copa e seu dono, o São Paulo F.C., já prepara projetos para a cobertura das arquibancadas, com o famoso arquiteto Ruy Ohtake. Mas o Morumbi está longe de ser uma barbada.
Fontes confiáveis garantem que tanto CBF quanto Federação Paulista trabalham nos bastidores para que um novo estádio seja construído na cidade, visando à Copa. Nem que seja o sonhado estádio do Corinthians (teria o apoio velado do Santos).
Correndo por fora está a Arena Barueri, construída pela prefeitura da cidade vizinha à capital. O Palmeiras sonha em cobrir e ampliar o Palestra Itália.
A prefeitura de Campinas acenou com um projeto sedutor: viabilizar junto à iniciativa privada a construção de uma arena multiuso que seria dividida por Guarani e Ponte Preta. O local escolhido seria ao lado do aeroporto de Viracopos. A Ponte, porém, não se animou com a possibilidade de dividir nada com seu rival. A Macaca começa a discutir a construção de uma arena própria, que abrigaria também um complexo comercial.
A verdade é que São Paulo ainda não tem uma casa para receber a Copa. E a batalha dos bastidores promete...
Fonte: Revista Placar
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