segunda-feira, 12 de novembro de 2007

As 10 maiores gafes tecnológicas

Empresas e personalidades do mundo de TI não estão imunes a vexames públicos.

Acompanhe 10 momentos selecionados pela CW americana entre esses episódios constrangedores

Todos nós já passamos por momentos dolorosamente constrangedores. Falamos algo impróprio em voz alta em uma festa e, de repente, a sala inteira fica em silêncio e nos encara. Ou abotoamos a camisa de forma errada e levamos metade do dia para descobrir por que as pessoas estão olhando e achando graça. Coisas deste tipo.

Para a maioria de nós, estes momentos mortificantes passam rápido. Mas, quando eles ocorrem no mundo inexoravelmente conectado da tecnologia, se espalham pela internet como um resfriado que se recusa a ir embora.

Conheça os nossos candidatos (sem uma ordem específica) aos 10 momentos mais mortificantes da história da tecnologia. Não se tratam de decisões de negócio erradas, nem de lançamentos de produtos de má qualidade.

Mais exatamente, são incidentes em que um constrangimento profundo de pessoas ou empresas estava – ou deveria estar – na ordem do dia. Momentos em que o mundo da tecnologia pára e olha.

E os indicados são...

Vamos iniciar nossa lista com os momentos mortificantes da Microsoft. Por onde começar?

Houve a época em que Bill Gates fez tanta confusão no julgamento antitruste do Departamento de Justiça versus Microsoft que o juiz até riu. E também o dia em que Gates, ao demonstrar o Windows Media Center, não conseguiu fazer um controle remoto funcionar enquanto Conan O'Brien dava explicações.

Que tal a foto de um Bill muito jovem recostado em um monitor com um olhar lânguido? Para nossa competição, porém, aqui vão os três momentos mais constrangedores da Microsoft:

1. Bill Gates vê a tela azul da morte

O Windows 95 tinha uma interface bem mais agradável do que seu predecessor, o Windows 3.1, mas não era muito rico em recursos, nem muito estável. A Microsoft prometeu que o Windows 98 seria muito mais sólido.

Porém, deveríamos ter percebido o que o futuro reservava a este sistema operacional quando a apresentação de Gates na Comdex Spring, em 1998, foi seriamente comprometida, resultando em uma tela azul da morte (Blue Screen of Death - BSOD) pública.

2. Monkey Boy enlouquece

Bill Gates pode ser o visionário por trás da Microsoft, mas o CEO Steve Ballmer há muito tempo é o terno por trás desta visão. O que deu neste bilionário para subir no palco e dançar feito um macaco em um encontro para funcionários em 2001?

Estaria tentando mostrar que era mais engraçado do que Steve Jobs? Oi foi o estresse do trabalho? Estaria freqüentando alguma seita? Talvez nunca venhamos saber.

3. O Vista tem problemas de reconhecimento de fala

Bill Gates previu que um dia o reconhecimento de fala se igualaria ao uso do teclado como técnica de entrada de dados. Mas tudo indica que ainda temos um longo caminho a percorrer. Raras vezes a tecnologia esteve em situação tão ruim quanto na apresentação tenebrosa da funcionalidade de reconhecimento de fala do Windows Vista em 2006, quando praticamente cada palavra dita por um executivo da Microsoft apareceu errada na tela.

Gates e companhia exageraram na dose de erros constrangedores, mas vamos parar de criticar a Microsoft. Para sermos justos, muitas outras empresas também fizeram demonstrações desastrosas, incluindo a ultramoderna Apple e seu líder Steve Jobs. E as demonstrações são só o começo – há muitos outros momentos extremamente embaraçosos na arena da tecnologia, como mostra o resto da nossa lista.


4. Executivo da IBM infla currículo

O mandato de Jeff Papows como diretor da divisão de desenvolvimento Lotus da IBM foi bem-sucedido da perspectiva do negócio, mas em 1999 descobriu-se que ele tinha falsificado seu currículo e feito declarações nada confiáveis a colegas de trabalho ao longo dos anos. Ao invés de fuzileiro naval e heróico piloto de combate, foi controlador de tráfego aéreo assistente. Ao invés de Ph.D. de uma prestigiosa universidade, graduou-se através de uma escola por correspondência. E nem era órfão, no final das contas.

Papows não se deixou constranger publicamente, alegando que os erros não passavam de fofoca de corredor que tinha assumido vida própria. E a IBM também não se mostrou particularmente mortificada, permitindo que Papows permanecesse no cargo até sair em 2000 para comandar uma start-up na internet.

5. Faturas do iPhone matam árvores

Se o iPhone tivesse sido lançado há alguns milhares de anos, teria entrado na capital do país em uma liteira e as pessoas ao longo do caminho teriam se prostrado diante dele.

Felizmente para quem se rebela contra este tipo de pompa, a Apple também passou por momentos constrangedores, como quando eliminou o modelo de 4GB e baixou o preço do modelo de 8GB em 200 dólares apenas dois meses depois que os celulares tinham sido lançados. Até mesmo seus jovens e ardentes fãs empregaram um linguajar tão surpreendentemente ácido que a Apple concordou em dar aos usuários pioneiros um crédito de 100 dólares.

Mas o momento mais embaraçoso do iPhone pode ser creditado à AT&T, operadora de telefonia móvel norte-americana com quem a Apple assinou contrato. Em agosto último, por causa do processo de faturamento extraordinariamente detalhado da empresa, alguns usuários receberam contas com dezenas ou até centenas de páginas, como mostrou o vídeo da blogueira Justine Ezarik abrindo uma conta de 300 páginas. (Veio em uma caixa.)

Sem de fato admitir o constrangimento, a AT&T disse que começaria e enviar contas mais enxutas aos usuários do iPhone.

6. Jovem burla filtro antipornografia

Obviamente, é uma boa idéia proteger nossas crianças da pornografia e de outros elementos desagradáveis encontrados na internet. Quem poderia criticar o governo australiano pelo projeto de fornecer um filtro antipornografia aos pais?

O problema foi que o software, disponibilizado em agosto deste ano, custou 84 milhões de dólares australianos e um adolescente de 16 anos residente em Melbourne, Tom Wood, desativou-o em cerca de 30 minutos. Avaliação do jovem Tom: “Foi um terrível desperdício de dinheiro”.

Uma autoridade federal replicou que o governo sabia o tempo todo que algum jovem acabaria burlando o sistema e que “investigar o problema é prioridade para o fornecedor”.

7. Sony viola PCs de clientes

Os céticos vão dizer que a indústria fonográfica é paranóica e está demorando a entrar na era digital. A indústria insiste que apenas tenta garantir que seus artistas sejam devidamente remunerados.

A Sony BMG, porém, deu uma demonstração clara de paranóia em 2005 quando, em nome da proteção contra cópia, inseriu software rootkit invasor em estimados 15 milhões de CDs de música de mais de 100 artistas.

Quando o usuário colocava o CD no drive do PC, o software era instalado automaticamente no computador sem seu conhecimento. Este sistema podia até proteger contra cópia, mas também deixava o computador vulnerável a diversos tipos de spyware, malware e outros aborrecimentos.

Muitos usuários e estados norte-americanos processaram a Sony, que desembolsou uma boa soma para liquidar a questão. Mas a empresa não se mostrou muito constrangida – repetiu a façanha recentemente, desta vez inserindo rootkits em drives USB que estava vendendo.

8. Repórter de tecnologia mostra demais

Muitos de nós já tivemos o pesadelo de ficarmos nus em público. Quando isso acontece com alguém, a única coisa a fazer é lamentar, como aconteceu, de certa forma, com a repórter Cat Schwartz, da TechTV, em 2003.

O detalhe importante da história é que Schwartz pediu a um fotógrafo que tirasse fotos provocantes dela. As fotos foram feitas quando estava sem blusa e sem sutiã. Schwartz fez cortes para que as fotos ficassem mais discretas e postou-as na internet.

Mas o problema foi que Schwartz não percebeu que o Photoshop, ou talvez a própria câmera, incluiu a imagem original como um preview visível da imagem cortada. Este erro se espalhou pela web rapidamente, dando a Cat Schwartz 15 minutos adicionais de fama ou, pelo menos, de vergonha.

9. Prole da Agência de Segurança Nacional prejudica internet

Vamos dar uma volta pela Rua da Lembrança, 1988. Nesta época, as ameaças à segurança começavam a se tornar conhecidas, mas ainda não havíamos atingido nosso estágio hiper-vigilante atual. Foi quando um aluno da Universidade de Cornell, Robert Morris, Jr., liberou o que muitos consideraram o primeiro grande worm a se disseminar via internet. De acordo com Morris, foi um exercício relativamente inocente.

O chamado worm Morris derrubou boa parte da internet. Nestes tempos, a internet era uma rede relativamente pequena e ainda bastante restrita a acadêmicos e militares, por isso o worm não provocou tanto estrago quanto provocaria hoje. Mesmo assim, causou um prejuízo estimado de 15 milhões de dólares. Morris pediu desculpas por liberar o worm, foi condenado e recebeu sursis.

Agora, a parte verdadeiramente constrangedora: o pai de Morris, Robert Sr., era um conhecido e conceituado especialista em segurança da Agência de Segurança Nacional. Mas, apesar de ter ficado visivelmente constrangido na ocasião, o pai de Morris deve ter sentido orgulho do seu descendente, que agora é professor do MIT.

10. Quase todo mundo dá uma polida nos seus textos na Wikipedia

O que a Microsoft, o Vaticano, o FBI, a Al Jazeera, a Exxon Mobil e a Amnesty International têm em comum? Estas e muitas outras organizações conhecidas foram responsabilizadas por alterar entradas na Wikipedia que não as favoreciam.

A prática foi descoberta no início do ano graças ao programa WikiScanner, desenvolvido por Virgil Griffith, estudante de pós-graduação do California Institute of Technology (CalTech). O WikiScanner é capaz de detectar as origens de alterações feitas na enciclopédia online editada por usuários. O programa descobriu que muitas pessoas e organizações editam a Wikipedia de acordo com sua conveniência. Neste caso, há muito motivo para constrangimento.

Em MaltaStar.com existe uma boa lista de quem mudou o quê. A Wired também mantém uma lista contínua de edições, que conta com a colaboração de usuários.

Fonte: David Haskin-Computerworld, EUA